A Justiça Federal aceitou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e condenou um homem conhecido como um dos maiores desmatadores da Amazônia a pagar R$ 1,2 milhão em indenizações por desmatamento ilegal em Altamira, no sudoeste do Pará, maior município do Brasil em extensão territorial.
O réu Antônio José Junqueira Vilela Filho foi condenado por degradar 134 hectares da floresta amazônica, uma área equivalente a cerca de 134 campos de futebol. O crime foi identificado em 2018 por meio de imagens de satélite.
Em 2016, Vilela foi classificado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como o maior desmatador da Amazônia, responsável por uma derrubada que equivalia à área da cidade de Belo Horizonte (MG).
Além de Vilela, a Justiça condenou seu comparsa, Zelino Batisti, a pagar R$ 354 mil pelos danos causados à Amazônia. Ambos também terão a obrigação de recuperar a área desmatada, que inclui a elaboração de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) e o replantio da região devastada.
Antônio José Junqueira Vilela Filho enfrenta outros processos decorrentes da Operação Rios Voadores, realizada em 2016, que investigou uma quadrilha supostamente chefiada por ele. A operação resultou em acusações de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, sonegação de documentos e desmatamento ilegal de terras públicas.
Em junho de 2016, a quadrilha foi presa, e Vilela se entregou à polícia em julho do mesmo ano. No entanto, ele foi solto em outubro após conseguir um Habeas Corpus.
Conforme informações do MPF e do Ibama, Vilela foi responsável pelo desmatamento de 330 km² de floresta entre 2012 e 2014, equivalente a 14 mil campos de futebol, ou ao tamanho da cidade de Belo Horizonte. As investigações apontaram que sua quadrilha movimentou quase R$ 2 bilhões, resultando em um prejuízo ambiental de R$ 50 milhões.
O crime que levou à condenação de 2018 foi descoberto graças ao projeto "Amazônia Protege", uma iniciativa do MPF que utiliza dados, incluindo imagens de satélite, para identificar e combater desmatamentos ilegais. O projeto é realizado em parceria com o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Texto: G1 Pará.
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