A imagem da rebelião ocorrida em Altamira, sudoeste do Pará, no dia 29 de julho de 2019, no antigo Centro de Recuperação, marcou a história da região e permanece vívida na memória dos familiares dos presos que perderam a vida durante o tumulto. O episódio, que ganhou repercussão internacional, resultou na morte de 58 internos, condenados por diversos crimes, sendo que 16 deles foram decapitados. Luziel Barbosa teria orquestrado cenas de selvageria e brutalidade.
Do lado de fora, os familiares se aglomeravam, rezavam e clamavam por ajuda, temendo pela vida dos que estavam dentro. A polícia tentava negociar a rendição dos internos que se apresentavam como líderes da suposta rebelião, mas, em pouco tempo, o massacre teve início.
A disputa pelo controle interno da prisão entre grupos criminosos rivais acabou revelando a verdadeira motivação por trás do incidente. Presos do Bloco A saíram de suas celas e foram em direção ao anexo, onde estavam os membros do grupo rival. O local foi incendiado e destruído, resultando na morte de 41 presos por asfixia. As armas usadas para decapitar as vítimas foram feitas pelos próprios detentos.
No dia do massacre, dois agentes prisionais foram feitos reféns. Após intensas negociações, foram liberados sem ferimentos.
Cinco anos depois, os familiares das vítimas aguardam o desfecho do caso. O julgamento, inicialmente marcado para Altamira, foi transferido para Belém a pedido da defesa do réu, devido à grande comoção no caso na região. Nesta quinta-feira (05), Luziel Barbosa será julgado e, se condenado, pode enfrentar a pena máxima.
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