A Norte Energia, empresa responsável pela Usina de Belo Monte, está apostando numa solução moderna e sustentável pra levar energia elétrica limpa até os cantos mais distantes da Amazônia, onde hoje muita gente ainda depende de geradores a diesel barulhentos, caros e poluentes.
A novidade é um sistema que junta energia solar com armazenamento em hidrogênio verde. O projeto piloto está sendo testado em Vitória do Xingu e deve ajudar famílias que moram em locais sem acesso à rede elétrica. Mesmo quando não tem sol, o sistema é capaz de continuar fornecendo energia — algo que o painel solar sozinho não consegue.
Durante o dia, os painéis solares geram energia.
O que sobra de energia vai para um aparelho chamado eletrolisador, que transforma água em hidrogênio verde, usando essa eletricidade.
Esse hidrogênio é guardado em tanques.
Quando está nublado ou de noite, o sistema usa o hidrogênio pra gerar mais energia com outro aparelho, chamado célula a combustível.
Tudo isso será controlado por um software inédito no Brasil, criado especialmente pra esse projeto. Ele vai saber a hora certa de gerar, armazenar e liberar energia, garantindo que a luz não falte nem por um segundo.
O sistema, que recebeu o nome de MIRAVH, está sendo feito em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal de Santa Maria (RS) e a empresa ERA Energia.
Essa tecnologia tem capacidade para abastecer até cinco casas com quatro moradores por 48 horas seguidas, mesmo se não tiver mais sol nesse tempo. Isso mostra que ela pode funcionar muito bem em vilas ribeirinhas e pequenas comunidades da Amazônia.
Segundo o professor André Leão, da UFPA, o objetivo é substituir os geradores a diesel por algo muito mais limpo, silencioso e sustentável. “Se tem água e sol, dá pra montar esse sistema em qualquer canto do planeta”, garante ele.
O hidrogênio verde é chamado assim porque não polui. Ele é feito a partir da água, usando energia solar no processo. Quando transformado em energia novamente, não solta fumaça, nem gás de efeito estufa, diferente do diesel, que prejudica o meio ambiente.
Pra Diego Staub, engenheiro da empresa ERA Energia, essa tecnologia pode revolucionar o jeito de levar luz até as áreas mais afastadas. “É um jeito moderno e seguro de guardar energia. Tudo que sobra do sol, a gente transforma em hidrogênio e usa depois”, explica.
A entrega dos equipamentos importados está prevista para o segundo semestre de 2025. Eles estão sendo fabricados na China, e os engenheiros que trabalham no projeto vão até lá em julho de 2025 pra testar e garantir que tudo funcione direitinho.
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