Na última quarta-feira (11), o Pará tornou-se o primeiro estado brasileiro a implementar uma política pública voltada para o rastreamento completo da vida dos bois, desde o nascimento até o abate. O objetivo é garantir que a carne produzida esteja livre de desmatamento.
Atualmente, não há uma medida federal equivalente, apesar de o Ministério da Agricultura estar discutindo o assunto desde maio.
O plano do governo do Pará inclui a utilização de chips e brincos com numerações individuais nas orelhas dos bois, semelhantes aos "CPFs" humanos. Esses dispositivos ajudarão a monitorar se os animais nasceram ou passaram por fazendas com irregularidades ambientais ou trabalho análogo à escravidão.
O programa, denominado Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), deu início com o primeiro boi registrado, chamado "Pioneiro". Ele recebeu seu brinco na quarta-feira, em Xinguara (PA), das mãos do governador Helder Barbalho (MDB), que se comprometeu a rastrear todo o rebanho do estado até o fim de seu mandato em 2026.
Com um rebanho de 24 milhões de bovinos, o Pará possui o segundo maior número de bois do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O governo do Pará já definiu a identificação dos bovinos e o sistema para registro dos dados, com três portarias publicadas sobre o assunto. No entanto, ainda é necessário publicar as normas que definirão como esses dados serão cruzados com informações socioambientais para assegurar a produção de carne livre de desmatamento.
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