Pacajá, no sudoeste do Pará, declarou estado de emergência devido à grave seca que afeta os principais rios da região. Essa escassez hídrica tem impactado diretamente a vida de muitas pessoas, especialmente as comunidades ribeirinhas e os pescadores, que dependem da água para sua sobrevivência

De acordo com o mais recente relatório da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a seca avança de forma alarmante no Pará. O monitoramento divulgado indica que toda a área de 1.248.000 km² do estado enfrenta algum nível de seca, apenas superada pela situação no Amazonas, que possui uma área maior.

Os dados referentes aos meses de julho e agosto mostram que a seca voltou a alcançar níveis críticos, semelhantes aos registrados em novembro de 2023. Segundo a ANA, a porcentagem de seca grave no Pará aumentou de 1% para 3% do território em condições severas. O pior cenário recente foi em janeiro de 2024, quando 8% do estado enfrentava essa situação. A previsão é de que a crise hídrica se intensifique ainda mais nos próximos meses.

A situação é alarmante no rio Xingu. Em Altamira, o nível do rio caiu de 2,52 metros para 2,39 metros. O município também declarou emergência em razão da seca prolongada e das queimadas que afetam a região.

As comunidades tradicionais, que dependem da pesca e da navegação, estão enfrentando enormes dificuldades, o que pode levar o governo a decretar estado de calamidade pública, assim como ocorreu no ano passado.

Em Porto de Moz, as autoridades também declararam emergência. A baixa dos rios Xingu, Amazonas, Guajará, Jauruçu, Majarí e Acaraí comprometeu o transporte, além do abastecimento de água potável e alimentos. As comunidades ribeirinhas estão isoladas e lidam com a morte de peixes, que representam a principal fonte de renda e sustento para muitas famílias.

Equipes da Defesa Civil, da Secretaria de Assistência de Porto de Moz e do 9º Grupamento Bombeiro Militar estão realizando vistorias nas áreas mais afetadas. A situação é crítica, com relatos de famílias ilhadas e sem acesso a recursos básicos.